segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ainda sobre Mitos!

Falar de mito neste início de século não é uma tarefa fácil, considerando ser um momento histórico ainda muito marcado pelas compreensões modernas de conhecimento e de verdade. Além disso, a teologia é um saber que não desperta interesse na atual conjuntura. Para muitas ciências a teologia é um saber pré-científico, pois necessita da fé como elemento “a priori”. E para as igrejas evangélicas a teologia deixa de ser interessante e até estigmatizada, pois acreditam que o verdadeiro conhecimento vem do Espírito Santo e desconfiam de qualquer conhecimento racional, não compreendem que a razão é um dom de Deus.

Por isso iniciarei minha defesa da importância dos mitos usando outra ciência, a psicologia. Vocês já ouviram falar em Complexo de Édipo? Sim? Não?

Algumas crianças (meninos) quando chegam na segunda infância desenvolvem uma atração pela mãe e uma repulsa pelo pai, passa a vê-lo como concorrente do amor da mãe. O filho tem ciúmes ao ver o pai e a mãe juntos. Vocês já viram isso? Pois é! É muito comum. Freud descobriu este comportamento e relacionou-o com o mito grego de Édipo Rei.

Édipo matou seu pai Laio e casou com a própria mãe, Jocasta. Após descobrir que Jocasta era sua mãe, Édipo fura seus próprios olhos e Jocasta comete suicídio. Leia a Tragédia inteira que é interessantíssima. (Baixe a Tragédia aqui: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2255).

Quando um psicanalista afirma que a criança está nessa fase de seu desenvolvimento. Qual a pergunta a ser feita? Se Édipo existiu ou não? É obvio que não. O mito explica a realidade. Se você perguntar se isso aconteceu realmente, qualquer psicanalista dirá que não aconteceu para que aconteça sempre.

O mito não aconteceu na história para que aconteça sempre em nossas vidas.

Mas como eu faço pra reconhecer esses gênero literário?

É simples...

Essas narrativas sempre ocorrem fora do tempo....

Perceba como começa o livro de Esdras, uma narrativa historiografica: “No primeiro ano do reinado de Ciro...”. Já a narrativa mítica está fora da história, logo não há datas, nem nenhum fato que possamos saber em que tempo ocorreu. No mito começariamos a escrever como em Genesis 1:1... “Num princípio”...ou em Genesis 6.1... “Quando os homens se multiplicaram sobre a Terra...” Quando aconteceram estes fatos? A narrativa não diz.

Falam sempre dos inícios...

Os mitos quase sempre são tentativas de explicar como surgiram as coisas. Como surgiu a violência? Como surgiu o pecado? Como surgiu a vida? Como surgiu o fogo? Como surgiu a morte? Os gregos explicaram o surgimento da cultura quando Prometheu roubou uma centelha do fogo dos deuses e trouxe aos homens. Os Judeus explicam os surgimentos das várias línguas com o mito da Torre de Babel.


As personagens...

As personagens das narrativas míticas são geralmente Deuses; forças da natureza, planetas; personificação de sentimentos, como em o mito do Cuidado; seres imortais...


A linguagem é simbólica...

A linguagem usada é a linguagem simbólica, pois geralmente cada personagem representa algo que o mito deseja tratar.

Vale ressaltar que o mudo ocidental é totalmente influenciado pelos mitos judaicos-cristãos, vários elementos da nossa cultura são fundados sobre essas explicações, elementos positivo e também negativos. Um exemplo disso é o uso Infeliz dos textos sagrados para afrmar a opressão da mulher pelo homem.

Nenhum comentário: