Mas se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei (Gl 5.18).
Cristo nos resgatou da maldição da lei (Gl 3.13).
De maneira que a lei serviu de guia para nos conduzir a Cristo, a fim de que pela fé fossemos justificados. Mas tendo chegado a fé, já não estamos sujeitos a esse guia. (Gl. 24-25).
Essa semana fiz uma experiência macabra... rssss. Confesso que não segui as orientações do método científico, primeiro porque estava totalmente interessado no resultado e segundo porque já fiz sabendo o resultado que chegaria... rsss
Vou já relatar a acontecença: Pedi a duas pessoas para ler alguns textos bíblicos, um evangélico e um ateu. Um deles não conseguia de forma alguma entender o que o texto queria dizer, a outra rapidamente entendeu. Vocês podem estar pensando: _ Claro, o evangélico foi orientado pelo Espírito Santo e compreendeu a sagrada “Palavra de Deus”. Mas não foi bem isso que houve. O ateu entendeu me explicou, e fez uma pergunta que clareou ainda mais a narrativa. O evangélico não conseguiu, fez várias perguntas confrontando a tradição com o relato do texto, e entendeu uma coisa muito diversa ao que o texto dizia.
O fato é que o ateu entendeu quando o texto dizia que não estamos mais sujeitos a nenhuma espécie de lei, entendeu, mesmo sem acreditar, que o texto deixava claro que agora somos guiados pelo Espírito e não precisamos seguir nenhum tipo de lei ou códigos morais. Depois da conversa ainda me perguntou o porquê dos cristãos seguirem tantas leis, regras e normas de conduta, já que a bíblia trazia esta mensagem?
O evangélico não aceitou de forma alguma que ele estava livre de qualquer tipo de lei, regras ou normas, que seguir ou não as ditas regras de conduta cristã não iriam aproximar ou afastar ele de Deus um milímetro sequer. E que segundo o texto bíblico se ele seguir essas leis está invalidando o sacrifício de Cristo.
É incrível como nós evangélicos fazemos. Como criamos e escolhemos leis no texto bíblico. As leis “bíblicas” que escolhemos seguir são, em grande parte, apenas tentativas de confirmar a ideologia da nossa tradição religiosa, que no nosso caso é muito influenciada pelo puritanismo, pietismo e pela teologia medieval.
Vou tentar mostrar um pouco disso:
As leis de purificação decidimos não seguir, tocamos em mulheres menstruadas e não saímos 40 dias da cidade para se purificar. Comemos sangue (alguns). Não deixamos a terra descansando um ano no ano sabático. Tampouco devolvemos a propriedade dos pobres no ano do jubileu.
Aí a desculpa é: _Essas leis são leis culturais. E são mesmo! Concordo. No entanto neste mesmo conjunto de leis há duas outras que são consideradas abominação perante o Senhor; deitar com uma prima e “como homem não se deitar como se fosse mulher”... Uma delas descartamos e achamos normal... a outra achamos abominação e não perdemos tempo em usar o referido versículo para mandar a pessoa para o inferno.
Criamos uma lei que nem existe no texto para afirmar o pecado da masturbação. (Gn 38. 9-10)
Alguns já devem está dizendo que esses textos são da Antiga Aliança, agora temos que seguir o Novo Testamento. Mas porque seguimos a Lei do dízimo que aparece no AT (Ml 3. 10)?? E porque deixamos que as mulheres falem na igreja (1 Cor 14. 34-35)? Recuzando a orientação de Paulo?
Deturpamos totalmente o texto de Romanos para afirmar que os divorciados só podem casar denovo depois que o antigo cônjuge falecer. Absurdo! (Rm7. 2-4)
Vamos parar por aqui né! E assumir logo que todas essas regras e preceitos morais que seguimos não têm nada haver com a Bíblia e sim com a ideologia da nossa tradição religiosa! Eu prefiro ser livre de tudo isso, Me libertei! Graças a Deus! E a Jesus! Ele veio para que de fato sejamos livres!
3 comentários:
Confesso que não entendi... Não sou ateu nem evangélico e talvez nem possa ser classificado como coluna do meio, mas ainda assim não entendi.
Os conceitos filosóficos não são axiomáticos e comportam uma variedade de conceitos muitas vezes inconciliáveis, ao gosto do freguês.
Não precisamos mais de leis por que somos guiados pelo Espírito Santo de Deus? É isso? O Espírito Santo é anárquico? Deus não tem leis (não estou falando da interpretação humana ou da bíblia)?
Esclarecer enfeia contradiz e de modo geral confunde, ainda assim sugiro.
A primeira observação é que a proposta do blog é ser um blog de teologia... No entanto tento fugir ao máximo de uma teologia academica, tento escrever pra pessoas q estão na igreja...
Por isso não apresento conceitos e sim algumas questões sobre um determinado texto bíblico, e como uma tradição de fé nesse caso a evangelical se apropria dos textos...
Quem apresenta essa oposição entre lei e espírito é Paulo em alguns textos...
Minha posição diante de tal compreensão??? Aí mereceria uma conceitualização do que Paulo estava dizendo quando ele fala sobre Lei" e sobre "Espírito", mas não acredito que este seja o espaço pra tais elucubrações teológicas....
Mas pra tentar te atender direi que o Espírito é movimento, mudança, é força de vida... as leis são rígidas e estabelecem, não parece com os movimentos do Espírito... se o Espírito é Anarquico? Nos textos bíblicos posso dizer que ele movimenta homens e mulheres para essa direção... Pena que vc não se identificou... Gostei!!! valeu!!!
Isso sim é saber e fazer as pessoas entenderem e desejarem cada vez mais essa convivência com a Bíblia. Amei o texto, Marcos.
Dayane Carneiro!
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